Edital para compra de 350 câmeras para a 'Muralha Paulista' será republicado em janeiro, afirma Felicio Ramuth (PSD)
29/12/2025
(Foto: Reprodução) Link Vanguarda entrevista o governador em exercício, Felício Ramuth
O edital para a compra de 350 câmeras de segurança para o sistema integrado de segurança no Vale do Paraíba, chamado de 'Muralha Paulista', será republicado no início de janeiro, de acordo com Felicio Ramuth (PSD), governador em exercício do estado de São Paulo.
A informação foi confirmada pelo próprio Ramuth nesta segunda-feira (29), em entrevista ao vivo ao jornal Link Vanguarda, da Rede Vanguarda - veja a entrevista completa no vídeo acima e por escrito no final da reportagem.
"Essa integração já existe. No litoral há 1,7 mil câmeras integradas na Muralha Paulista. Mas essas são as câmeras dos municípios. O que nós estamos fazendo é a contratação de câmeras para as cidades que não têm câmeras. Serão 350 câmeras no Vale do Paraíba. Por um questionamento do Tribunal de Contas, o edital foi ajustado e será republicado no início de janeiro", afirmou.
"Os equipamentos da muralha vão ser publicados de novo. Se tudo ocorrer bem, serão 60 dias de edital e depois assinatura de contrato. Até o meio do ano as câmeras estarão instaladas", completou Ramuth.
Câmera de segurança
rawpixel.com/Freepik
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O edital foi suspenso em novembro, após ter sido publicado em setembro. De acordo com a Agência Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (Agemvale), a escolha foi suspensa por conta da "existência de Processos de Medida Cautelar apresentados ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo".
Muralha eletrônica: Edital para compra de 350 câmeras é suspenso
Falta d'água
Ramuth também foi questionado sobre os problemas de falta d'água que vêm atingindo cidades do Vale do Paraíba nos últimos dias. Um dos exemplos é Caçapava.
De acordo com ele, a situação vem sendo impactada pela forte onda de calor que atinge o país.
"Nós passamos por um momento atípico, com 5°C a mais em relação ao mesmo período do ano passado e 60% a mais de consumo de água. Isso é um ponto importante, mas o que a gente via na Sabesp era que faltou fazer investimentos no fornecimento de água e tratamento de esgoto. Fizemos a privatização e já investimos R$ 15 bilhões na região e em todo o estado. Já há contratado mais R$ 20 bilhões. Até 2029 vamos ter certeza da resistência hídrica e tratamento de esgoto. São investimentos necessários e a privatização vai ao encontro desse objetivo. Problemas de falta de água em momentos como esse podem acontecer, mas a Arsesp já está tomando providências."
Caçapava sofre com falta d'água
Espera nas balsas
Assim como nos últimos anos, os acessos a São Sebastião e Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo, têm sido marcados pela fila de espera nas balsas, que já chegou a ser de três horas.
Em novembro, a empresa Acqua Vias SP venceu o leilão da concessão do sistema de travessias de balsa do estado de São Paulo.
"Aumentamos para 40 embarcações e fizemos reformas, mas a solução definitiva está em balsas mais modernas. Nós temos balsas de 1958 operando. Por isso era preciso uma nova concessão, eletrificando as travessias, dando mais conforto e tecnologia. As balsas hoje têm limite de operação. com vento e neblina. Tudo isso deixa de acontecer ou acontece em outros níveis de indicação. Mas também não é do dia para noite. São três anos para o início da operação das novas balsas. A partir do terceiro ano, a empresa começa a trocar as balsas. Até o terceiro ano vamos ter modernização dos terminais e um novo acesso em São Sebastião", disse o governador em exercício.
Fila de espera da balsa em direção a Ilhabela
Reprodução/Semil
Eleições de 2026
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é um dos nomes apontados como possíveis candidatos à presidência do país, embora ainda não haja definição. As eleições serão realizadas no próximo ano.
Questionado sobre o futuro, Felício Ramuth afirmou que tanto ele quanto Tarcísio seguem focados no Governo de SP.
"Sempre existiu uma pressão externa, de parte da sociedade civil e de parte dos partidos políticos, para que o nosso governador Tarcísio saísse como candidato à presidência da República. É natural, o governador do estado de São Paulo sempre entra nesse tema. O governador sempre esteve focado no Governo de São Paulo e isso não mudou, com uma grande possibilidade de reeleição. E ele vai definir qual é a chapa para a próxima gestão. O meu compromisso com o governador vai até o dia 31 de dezembro de 2026 e eu deixo ele muito à vontade para escolher a chapa futura", concluiu Ramuth.
Felicio Ramuth (PSD) em entrevista ao Link Vanguarda
Reprodução/TV Vanguarda
Leia a entrevista na íntegra:
Pergunta: A gente passou a semana passada inteira praticamente falando só de falta d'água. A gente chegou a mostrar um mapa aqui com 11, 12, 13 cidades de moradores reclamando. A Sabesp foi privatizada já no ano passado, julho de 2024, e prometeu muitos investimentos. Se falou muito desse contrato que foi bem amarrado, os representantes do governo sempre falaram isso, mas a população não está sentindo ainda. Como é que o governo fiscaliza isso?
Resposta do Felício: Bom, primeiro, Rogério, é importante dizer, nós passamos por um momento atípico, cinco graus a mais do que o mesmo período do ano passado, 60% a mais de consumo de água. Mas, claro, obviamente, isso é um ponto importante para ser levado em consideração.
Mas, obviamente, o que a gente via na Sabesp é que, ao longo dos anos, faltou fazer muitos investimentos em relação à garantia de fornecimento de água. Também de tratamento de esgoto. Aliás, na região, a gente tem ainda praias que a gente, antes de entrar, precisa olhar a bandeirinha da CETESB, se está verde ou se está vermelha.
Esgoto sendo jogado no mar, numa cidade que a gente quer promover turisticamente. Investimentos que não haviam acontecido. Fizemos a privatização e já investimos 15 bilhões de reais, não só aqui no litoral, mas também no Vale do Paraíba, mas todo o Estado.
Já contratado mais 20 bilhões, são 35 bilhões. E o que nós vamos ter certeza, até 2029, é que nós tenhamos 100% da resistência e segurança hídrica e também o nosso tratamento de esgoto. É a universalização.
Então, são investimentos necessários, importantes, que precisavam ser feitos. E a privatização vai ao encontro deste objetivo. É claro que problemas como falta d'água no momento como esse, poderiam e podem acontecer, mas a Arsesp, que é a agência reguladora que cuida do fornecimento de água da Sabesp, já está também tomando suas providências.
Eu, particularmente, acompanhei, principalmente aqui no Vale, a questão na época do Natal de Caçapava, aqui de São José houve roubo. A gente está vendo imagens aí do pessoal. Diferentes cidades. Em São José houve roubo aqui de uma estação de cuidado e tratamento, que já foi restabelecido. Hoje, Caçapava retomou, mas não ainda de forma plena. Retomou também a questão do fornecimento. Em Taubaté também tivemos problemas. Então, estamos acompanhando a prestação de serviços da Sabesp.
Nesse momento atípico, o que a gente pede também é que você nos ajude, também economizando água para que a água possa chegar para todos. É fundamental e importante. Lembrando que nós também temos uma operação especial no litoral.
Até porque, neste momento de fim de ano, a população do Estado de São Paulo e do Brasil, graças a Deus, escolhe o nosso litoral norte e o litoral sul para passar essa virada de ano.
Pergunta: Bom, ainda falando então de litoral, a questão da concessão da travessia de balsa entre São Sebastião e Ilhabela foi apontada como a solução para isso. Quando que o turista que vai fazer essa travessia vai sentir melhor? Temos mostrado aí também, 2 horas, 3 horas, até 4 horas de espera.
Resposta do Felício: Bom, primeiro, esse leilão que foi executado, nosso leilão das travessias hídricas, nós temos, na verdade, 14 travessias aqui no litoral. A gente conhece Ilhabela e São Sebastião, mas nós temos Paraibuna e Natividade da Serra, aqui também no Vale do Paraíba, que faz parte dos nossos serviços de balsa.
Primeiro que nós aumentamos para 40 embarcações, fizemos reformas, grandes investimentos em reformas, mas a solução definitiva se dá com balsas mais modernas. Nós temos balsas operando, Rogério, de 1958, por isso que era preciso uma nova concessão. Eletrificando as travessias, ou seja, sustentabilidade, mais conforto, não tem aquele cheiro de diesel, aquela fumaça, mas também mais tecnologia, porque as balsas também hoje, elas têm limites de operação.
Se o vento está a X km por hora, aí ela tem que parar a balsa. Se você tem um volume de neblina, tem que parar a balsa. Tudo isso deixa de acontecer ou acontece em outros níveis de indicação.
Por exemplo, a questão dos ventos. A gente vai conseguir aumentar 30%, 40% a garantia do serviço, mesmo com uma situação de vento mais crítica, porque as balsas serão mais modernas, além de eletrificadas, mas também não é do dia para a noite.
Pergunta: Isso, eu ia te perguntar isso. Quando? Próximo verão já o turista vai sentir diferença?
Resposta do Felício: Então vamos lá, são três anos para o início da operação das novas balsas. A partir do terceiro ano, a empresa começa a trocar as balsas. Até o terceiro ano, o que nós vamos ter é a modernização dos terminais, nós vamos ter um novo acesso ali na questão de São Sebastião, para inclusive ampliar espaço para o porto e, ao mesmo tempo, fazer com que a gente tenha uma chegada para a travessia mais eficiente.
Então também está previsto. Isso não só aqui para nós, Ilhabela-São Sebastião, mas para todo o Estado de São Paulo nas demais travessias e, claro, o túnel Santos-Guarujá, que vai evitar a travessia daquele pessoal. Santos-Guarujá era um túnel esperado há mais de 100 anos.
Pergunta: Felício, queria aproveitar a sua presença aqui para falar de segurança. Os índices até que melhoraram, a gente teve uma queda na nossa região em termos de número de homicídios, mas quando a gente pega o dado aí por 100 mil habitantes, ainda é muito alto, é a mais violenta neste item, pelo menos, em relação a todo o Estado de São Paulo.Por que a nossa região continua sofrendo tanto com isso?
Resposta do Felício: A gente teve a maior redução, eu posso te dizer, dentro do Estado de São Paulo. No ano passado e neste ano. Este ano vai fechar por volta de 10% em relação ao ano passado. E ano passado teve 6% de redução em relação aos homicídios da região. Também queda em roubo e em furtos. São os melhores indicadores da história do Vale do Paraíba em todos os indicadores de segurança.
Essa é a parte positiva. É claro que nós temos que continuar investindo. Aliás, agora, a Operação Verão é a maior da história. Nesse momento, o litoral conta com 4.100 homens e mulheres das forças de segurança. 150 drones também. Por volta de 1.500 aqui no litoral norte e por volta de 2.600 homens e mulheres no litoral sul.
De fato, a maior operação e a integração com a polícia ambiental, com os bombeiros, com as guardas municipais e também com os agentes de trânsito da região. Essa integração, inclusive, a promessa era a questão da muralha paulista.
O leilão foi suspenso no mês passado. Isso seria uma grande integração, inclusive, de câmeras entre as cidades. Por que isso ainda não andou? Rogério, essa integração, por incrível que pareça, já existe.
Agora no litoral, já que eu estava falando da Operação Verão, são 1.700 câmeras que já estão integradas na muralha paulista. Mas essas são as câmeras dos municípios. O que nós estamos fazendo através da Agência Metropolitana do Vale é a contratação de câmeras para aqueles municípios que não têm câmeras.
Serão 350 câmeras aqui no Vale do Paraíba. Houve questionamento no Tribunal de Contas. O edital foi ajustado e a Agência Metropolitana publica agora, no início de janeiro, mais uma vez, este edital.
É natural que haja disputa entre empresas. Alguma faz alguma colocação. Isso tudo já foi ajustado e será republicado novamente.
Ele complementa as ações da muralha. A muralha é a integração dos bancos de dados, Polícia Civil, Militar, Secretaria de Administração Penitenciária, o Instituto que produz os nossos RGs. Tudo isso integrado.
Além disso, a integração com as câmeras dos municípios que já possuem câmeras. E a gente transforma em câmeras inteligentes. Isso já está acontecendo.
Para você ter uma ideia, temos 90 mil câmeras hoje já integradas ao sistema do Estado, transformando câmeras analógicas em câmeras inteligentes.
Pergunta: E a muralha, o processo vai ser concluído quando? Também para o morador ter um prazo?
Resposta do Felício: Os equipamentos da muralha passam a ser publicados de novo. Se tudo correr bem, mais essa publicação, são 60 dias de edital, assinatura de contrato. Até o meio do ano, essas câmeras já estarão instaladas, complementando as câmeras dos municípios e implantando naqueles municípios que não possuem esse sistema.
Pergunta: 2026 está chegando, ano de eleição. Se o Tarcísio sair para presidente, o senhor sai governador? Já sabe seu futuro político?
Resposta do Felício: Primeiro, existia sempre uma pressão externa, que eu digo, de parte da sociedade civil e de parte dos partidos políticos para que o nosso governador Tarcísio saísse candidato a presidente da República. É natural, um governador de estado de São Paulo sempre entra nesse tema. O governador sempre ficou focado em relação ao governo do estado. Isso não mudou, isso continua.
Aliás, nós devemos agora, no início do ano, trazer a caravana 3D para o Vale do Paraíba. Provavelmente, final de fevereiro, nós vamos estar com a caravana aqui, onde a gente entrega obras importantes, como o hospital regional de Cruzeiro, que nós estamos entregando. Anunciamos o foco em São Paulo, o governador está focado em gestão, claro, com uma grande possibilidade de reeleição, uma reeleição bem encaminhada e ele vai definir qual é a chapa para a próxima gestão.
O meu compromisso com o governador vai até 31 de dezembro de 2026 e eu deixo ele muito à vontade para ele escolher a chapa futura para cuidar do governo do estado de São Paulo. Eu, ao lado dele, tenho aprendido muito e, para mim, tem sido uma grande satisfação poder ser o vice-governador do governador Tarcísio.
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